A pensionista Ednalva
Rodrigues levou um susto quando soube, ao comprar um secador de cabelo por R$
386,12, que deixou R$ 170, ou 44% do valor, para o governo. Não fossem os
impostos, o aparelho sairia por R$ 216. "Eu imaginava que o imposto fosse
de R$ 30, mais ou menos", disse. Quem mostrou a Ednalva o tamanho da
"mordida do leão" foi a reportagem da FOLHA, na última quinta-feira.
Algumas lojas, como a Móveis Brasília, onde ela fez a compra, já estão
cumprindo a lei 12.741/12 e discriminando no cupom fiscal o valor aproximado
dos tributos.
Depois de um adiamento, o início da fiscalização da
lei será obrigatória a partir de 9 de junho. Apesar disso, segundo o Instituto
Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), só cerca de 20% das empresas
brasileiras estão cumprindo aquela que ficou conhecida como "Lei De Olho
no Imposto".
Em seu artigo primeiro, ela diz que os documentos
fiscais ou equivalentes emitidos na venda ao consumidor de uma mercadoria ou
serviço devem conter "a informação do valor aproximado correspondente à
totalidade dos tributos federais, estaduais e municipais, cuja incidência
influi na formação dos respectivos preços de venda".
Para incentivar as empresas a cumprirem a lei, o IBPT
desenvolveu um software, disponibilizado gratuitamente no site da instituição
(www.ibpt.org.br). "Nosso programa é fácil de se usar e cumpre o que diz a
lei, ou seja, informar aproximadamente o valor total dos impostos no cupom
fiscal", avisa o presidente do instituto, João Eloi Olenike. A margem de
erro é de cerca de 10%. Segundo ele, não só os pequenos estabelecimentos estão
procurando o software gratuito. "Grandes redes, como a Riachuelo, baixaram
no nosso site", afirma.
Olenike ressalta que o setor de serviços também tem
de cumprir a lei. "Se um médico prestar um atendimento para o cliente como
pessoa jurídica, a nota fiscal desse serviço tem de ter o valor do
imposto", destaca.
O presidente do IBPT acredita que a Receita Federal
irá baixar alguma instrução normativa para o cumprimento da lei nas empresas
menores. A reportagem procurou o órgão em Brasília para saber sobre isso, mas
não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Fonte: FolhaWeb
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